Pensar é transgredir*

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. *Lya Luft

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Gilia on 23 de janeiro de 2010 às 11:37

"Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada."

Lya Luft...sempre dizendo tudo o que pensamos ou sentimos. O livro todo é fantástico. O título já é uma imensa provocação. Que bom você ter postado justamente este pedaço de maravilha.

Apluado o Blog!
Gilia

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