O território demarcado do PT
Criação de mais uma estatal e ingerências em órgãos como Receita Federal e Ipea levantam críticas sobre o uso político do aparelho estatal
Brasília - O anúncio da proposta de regulação do pré-sal na semana passada reforçou duas características do governo Lula: o viés estatizante e o aparelhamento político da administração pública. Ao pregar mais controle do Estado na extração do “petróleo novo”, aliado à criação da 118.ª empresa governamental (a Petro-Sal), o presidente retomou o discurso nacionalista da Era Vargas.
A estratégia capitaliza o embate ideológico para as eleições de 2010. Ao mesmo tempo, tenta promover uma divisão entre o modelo estatizante (a favor do povo), do PT, e o privatizante (contra a nação), do PSDB. Por trás da batalha pelo poder, entretanto, há outros riscos para a sociedade.
Os conceitos em discussão remetem ao inchaço da máquina pública e às intervenções recentes em instituições fundamentais para a União, como as agências reguladoras, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Receita Federal. Nesses casos, critérios técnicos para nomeações foram sobrepostos pelo interesse político.
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