O PSDB tem dois pré-candidatos: o senador Alvaro Dias, ex-governador, atualmente um dos maiores opositores do governo Lula no Senado. Alvaro se reelegeu senador em 2006, portanto ainda tem mandado até 2014; e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, filho do govenador José Richa, começou na vida pública com 29 anos, eleito deputado estadual. Cumpriu dois mandatos na Assembléia Legislativa, foi vice-prefeito de Curitiba, concorreu a governador em 2002 e se elegeu prefeito da capital em 2004, sendo reeleito em 2008.
Para ser candidato a governador Beto Richa tem que renunciar ao cargo de prefeito de Curitiba, até o começo de abril. Isto significa que prefeito da capital passará a ser o médico Luciano Ducci, do PSB, partido da base aliada do governo Lula. A simples renúncia, sem levar em conta qualquer outro problema, é uma decisão muito complexa.
Se Alvaro for indicado candidato do partido o seu irmão, senador Osmar Dias pode abandonar a sua pré-candidatura (pelo menos é o que se deduz pelas declarações dos dois irmãos que não concorreriam um contra o outro). Neste caso, Osmar poderia ser candidato ao Senado, com uma reeleição praticamente assegurada. A disputa do PSDB seria contra o candidato a governador do PMDB, Orlando Pessuti.
Sem Osmar candidato a governador, o PT muito provavelmente teria que se aliar ao PMDB ou disputar sozinho. A candidatura de Osmar representa uma alternativa de fazer um palaque forte para Dilma Roussef no Paraná, em contraposição ao candidato do PSDB, José Serra.
Os argumentos favoráveis a Alvaro Dias são muitos e contundentes. Porém é preciso considerar: E se Osmar Dias confirmar a sua candidatura a governador quem cederá? Porque Osmar tem que ceder? Como ficará esta decisão entre os irmãos senadores?
Se o PDT pode fazer uma aliança com o PT e o PMDB porque não pode fazer com o PSDB, ganhando o apoio de Alvaro e Beto Richa?
A candidatura de Beto Richa a governador, por outro lado, tem o apelo da novidade, do candidato mais jovem, mais próximo de uma tendência do eleitorado.
O que é certo: o PSDB tem um posição privilegiada para se colocar bem na eleição deste ano. Se souber articular e unir forçar, pode decidir a eleição praticamente ao indicar seus candidatos e alianças.
Ninguém espera uma decisão nesta segunda-feira, mas a conversa será importante para o que virá. Sem dúvida é o prato cheio da semana.