No Brasil, 54% dos aposentados ganham um salário mínimo. Mais de um quarto deles precisa da ajuda financeira dos filhos, parentes e amigos. Quase um terço dos que se declaram aposentados trabalha para complementar seu benefício, que, na maior parte dos casos, não supera um salário mínimo. E, ainda assim, os idosos brasileiros estão mais protegidos da pobreza que o resto da população -e que os idosos dos países vizinhos.
Os aposentados são os destinatários do maior programa social do país: a previdência pública, cujos gastos somam o equivalente a mais de 20 vezes os do Bolsa Família, principal bandeira do governo. O Datafolha mostra que 54% dos aposentados não ganham mais que o piso salarial nacional e que nenhum ganha menos, atendendo a Constituição de 1988.
Trata-se do suficiente para excluir a ampla maioria dos que têm 60 anos ou mais das estatísticas relativas à pobreza e à miséria. Internacionalmente, convenciona-se classificar a pobreza como uma renda abaixo de US$ 2 diários e a miséria como uma renda abaixo de US$ 1 ao dia; o mínimo atual dá mais de US$ 6 diários.

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