Desse porcentual, 35,4% informaram que estão procurando diminuir gastos de consumo por cautela; e 44,5% recorreram à substituição de produtos e serviços por outros mais baratos. No universo total do levantamento, apenas 20,1% não sentiram mudança em seu padrão de consumo, mesmo com a alta da inflação. "As famílias com faixas de renda menor foram as que mais sentiram diferença em seu padrão de consumo", disse o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, Aloísio Campelo.
Ao analisar por faixas de renda, 87,8% das famílias pesquisadas com rendimento até R$ 2.100 sentiram diferença em seu padrão de consumo, devido ao avanço de preços mais elevados. Nas famílias com renda acima de R$ 9.600, esse porcentual é de 72,4%. A mesma pesquisa mostra que, tanto entre os consumidores de renda menor quanto entre os mais abastados, os alimentos foram os mais citados como influência negativa para seu orçamento doméstico, sendo lembrado por 66,8% dos pesquisados com renda até R$ 2.100; e por 54,7% dos entrevistados com renda acima de R$ 9.600.
A aposta no crescimento econômico para os próximos cinco anos também é mais abrangente entre as famílias de renda mais elevada. Outro recorte especial da sondagem, sobre estimativas de crescimento econômico, mostra 48,3% das famílias pesquisadas com renda acima de R$ 9.600 acreditam em crescimento econômico nos próximos cinco anos, em comparação com os cinco anos imediatamente anteriores. Esse porcentual, para a mesma resposta, é de 44% para as famílias pesquisadas com renda até R$ 2.100. (Alessandra Saraiva/Agência Estado)
