Ou seja, isto ocorrerá no Rio Grande do Sul. No entanto, a medida é polêmica, pois envolve o fechamento de 39 unidade, em todo estado. E o número é pequeno - o estado tem 496 municípios.
Em Maringá, O Diário trouxe uma reportagem completa sobre a insegurança da cidade. Afirmação extremamente relevante, na entrevista com o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Everaldo Belo Moreno: o efetivo do 4º BPM hoje é menor do que em 1976.
Transcrevo aqui o trecho da entrevista, concedida ao repórter Luiz de Carvalho:
"O Diário: Maringá sempre foi considerada uma das cidades mais seguras do Paraná e do Brasil. Isso está mudando?
Everaldo Belo Moreno: Existe uma diferenciação em Maringá em relação a crimes contra a vida. O diferencial é grande em relação a cidades do mesmo porte. Continuamos tendo. Se fizermos análise comparativa, veremos que continuamos tendo, porque o aumento da violência acontece em todos os lugares. O único lugar em que houve uma pequena redução foi Londrina, por conta dos investimentos feitos nos últimos dois anos. O investimento em Londrina foi equivalente ao efetivo do 4º Batalhão; a ação de prevenção e repressão foi maior e houve uma diminuição. Em Maringá aconteceu o inverso: nós temos hoje um efetivo menor do que tínhamos em 1976. Recebemos cem policiais durante esse período e perdemos 150 em aposentadorias e afastamentos. Temos um efetivo bem menor do que tínhamos há 30 anos, quando a população era bem menor. O 4º Batalhão da PM atende a uma região de 23 municípios, que há 30 anos somavam de 400 mil a 450 mil habitantes e hoje superam 1 milhão. Há uma deterioração da estrutura periférica de todas essas cidades e, por conta disso, aumenta a violência.
O Diário: Esse aumento da criminalidade tem ligação direta com as drogas?
Everaldo Belo Moreno: Aí vemos o segundo momento, que é o problema da droga. Está aumentando, e muito, a presença e o consumo de drogas. Maringá, por ser entroncamento rodoviário e pela proximidade com o Paraguai, por aqui passava muita droga. Grande parte dessa droga não está mais só passando, mas ficando no município. Por conta dessa saturação de pessoas envolvidas, dessas redes criadas dentro do tráfico de droga, começa a disputa pelos pontos. As pessoas que consomem não pagam, então quem vendeu acaba resolvendo isso com a eliminação do concorrente ou do devedor, para que ele não caia em descrédito. Existe uma conjuntura que envolve a droga."
A insegurança pública tornou-se um dos maiores problemas do Paraná, em todas as regiões do Estado, de forma muito acentuada em Maringá e região.
Há cidades da nossa região que têm apenas um ou dois policiais.
A questão do efetivo policial é séria e o governo do Paraná precisa agir.
Os investimentos que Maringá está fazendo em defesa social vão ajudar (câmeras 24 horas, Guarda Municipal equipada), é verdade, mas o Estado precisa fazer a sua parte.
Vale registrar: mesmo que decidida a ampliação do efetivo policial do Paraná, isto demora cerca de dois anos para se concretizar, em razão de concursos públicos e treinamento. A cada dia que passa, sem atitude, o problema aumenta.